Transcrevo aqui a resenha do CD Henrique Oswald na Revista Concerto de dezembro/2014:
"O pianista Braz Velloso, com um álbum inteiramente dedicado à obra de Leopoldo Miguez, inseriu seu nome em definitivo na lista dos intérpretes dedicados a recuperar a memória da música nacional. E ele leva adiante essa proposta com seu novo disco, agora em torno da produção de Henrique Oswald. Nascido no Rio de Janeiro em 1852, o compositor fez seus primeiros estudos em São Paulo, de onde partiria, mais tarde, para a Itália. Na Europa, conheceu a música de autores como Liszt, Debussy, Grieg, Massenet e Brahms. E, em suas viagens, anota o crítico Luiz Heitor Corrêa de Azevedo, apreenderia uma influência tripla: da escola alemã, herdou o apreço pela forma; da francesa, o requinte e a clareza; e da italiana, a preocupação com a melodia. O mais interessante, porém, é perceber como essas influências convivem em uma escrita bastante original, ainda mais quando a interpretação nasce de um cuidadoso processo de pesquisa como o de Velloso. Entre as obras, destaque para os Três romances, que evocam Schumann e Chopin e são gravados aqui pela primeira vez, e Il neige, peça curta com a qual Oswald ganhou o concurso Le Figaro, em Paris."
Transcrevo aqui a resenha do CD Leopoldo Miguéz na Revista Concerto de outubro/2014:
"Um dos aspectos mais fascinantes da fruição musical é a descoberta, por meio dos sons, de novos e desconhecidos mundos. E eles, às vezes, podem estar mais perto do que imaginamos. Um bom exemplo é a produção do compositor brasileiro Leopoldo Miguéz. Ele entrou para a história como um dos primeiros diretores do Instituto Nacional de Música, que ajudou a definir e profissionalizar o ambiente da música clássica brasileira na segunda metade do século XIX. Mas, de sua música, conhecemos de fato pouco – o que só torna ainda mais importante o trabalho de resgate do pianista Braz Velloso neste disco, que traz 16 obras para piano solo do compositor, 14 delas gravadas pela primeira vez. E como soa a música de Miguéz? Bastante influenciada pela criação de Chopin, Wagner e principalmente Liszt, que ele conheceu na Europa, mas com um lirismo muito marcante e pessoal, como em Lamento, que compõe o ciclo Souvenirs, ou em Saudade, parte de Morceaux lyriques. Completa o repertório o ciclo Scènes intimes e as peças curtas Faceira, Noturno op. 10 e Allegro appassionato op. 11. Destaque para a leitura sensível de Velloso."